Corria o ano de 1833, o Cerco do Porto e a posterior epidemia de cólera. As várias mortes preenchiam os antigos locais de enterramento no interior das igrejas portuenses e é perante este cenário que a Mesa Administrativa da Irmandade da Lapa pede a D. Pedro IV permissão para construir um cemitério privativo externo à sua igreja.
Concebidos como locais de passeio e meditação, os cemitérios românticos foram desenhados com áreas arruadas e ajardinadas. Neles existem sublimes monumentos, símbolos da saudade, mas também da ostentação, e o Cemitério da Lapa não foi exceção.
Considerado o mais antigo cemitério romântico português, aqui encontram-se sepultados figuras relevantes da cidade, entre eles o escritor Camilo Castelo Branco, o arquiteto Marques da Silva e a artista Armanda Passos.
Um museu ao ar livre
Neste espaço encontram-se capelas e jazigos mandados erguer pela burguesia portuense. Nesta “galeria de ilustres” encontram-se também algumas das obras de arte mais notórias do período romântico, desde a arquitetura, escultura às artes do ferro e da cerâmica. No final dos Oitocentos o Cemitério da Lapa era um dos mais belos de toda a Europa.
Ciclo de Visitas
Desde 2016 a Irmandade da Lapa promove anualmente, entre maio e setembro, um ciclo de visitas ao seu cemitério. Tal só é possível graças à riqueza de temáticas e roteiros que este espaço proporciona.
Cada visita ao Cemitério da Lapa desvenda histórias e curiosidades relacionadas com a arte tumular, com a simbologia e com as famílias que aqui jazem. A crescente procura por este tipo de iniciativas faz-nos crer que o Ciclo de Visitas ao Cemitério da Lapa é, um contributo para a dinamização cultural da cidade do Porto.